No dia 08/02/2014, reunimo-nos mais vez com os Educadores Novatos para darmos mais um passo na Formação Permanente de Leigos. Havia chegado o momento de nos assentarmos à sombra do Frássino.
Foi um dia muito especial por muitos motivos e um deles foi poder contar com as honrosas presenças de Irmã Marlene e Irmã Margarida, Conselheiras Gerais residentes em Roma que estão juntamente com a Madre Geral em visita canônica à nossa Comunidade.
Iluminados pelo encontro Libertador de Zaqueu com Jesus, começamos refletindo sobre o olhar que a narrativa nos favorece: o olhar curioso do chefe de cobradores de impostos, o olhar misericordioso e amoroso de Jesus que sempre se interessa pelo que está perdido e o olhar de julgamento e condenação daquelas pessoas que viram Jesus entrar na casa de um pecador.
Ao refletir sobre a árvore em que Zaqueu subiu para ver Jesus passar, entramos fundo no cerne da segunda etapa da formação permanente de leigos. A árvore nos indica a espiritualidade, aquilo que nos possibilita tomar a iniciativa de chegar até Deus e deixá-lo interferir em nosso relacionar-se e agir. Com a experiência de Zaqueu, fomos percebendo a riqueza de uma Espiritualidade que nos possibilita VER, RELACIONAR-SE e AGIR de modo diferenciado.
Refletimos profundamente sobre as categorias mitológicas e botânicas do frássino e nos encantamos com a semelhança desta árvore com Paula Frassinetti e o seu Carisma. A ideia mitológica de que o primeiro homem e a primeira mulher teriam sido modelados pelo frássino, nos faz perceber o apreço de Paula pelas pessoas. As propriedades curativas desta árvore, despontam em nós o cuidado de Paula pelos doentes e sofridos. A multiplicidade de espécies de frássino nos leva a perceber a capacidade de Paula de apropriar-se, desapropriar-se e, sobretudo, inculturar-se. A mudança contínua de flores e folhas, que vão mudando suas cores e formatos durante o ano, nos levam a entender a tolerância e a capacidade de Paula de tudo suportar com os educandos a partir da via do coração e do amor. A adequação da madeira do frássino ao torno, sua utilização para fabricação dos esquis, das velas das embarcações nos levam a entender a flexibilidade e a capacidade empreendedora de Paula Frassinetti.
Ao receber em um momento profundo de cultivo espiritual uma carta de Paula, grande foi o contentamento de nossos educadores diante da atualidade de cada mensagem que era lida e trazida ao coração como incentivo, pistas e admoestações...
No Documento de Espiritualidade, o grupo se sentiu desafiado e compelido a abandonar-se inteiramente na vontade de Deus e deixar esta vontade se tornar a bússola, a pérola de cada educador doroteano. Ter em Cristo o centro da espiritualidade faz do educador um discípulo fiel e comprometido com a plenificação dos valores do Reino de Deus. Fazer da vida uma tentativa de dar glórias a Deus e obter a salvação das almas tornou-se na mente dos educadores a práxis de uma vida segundo o espírito.
Ao final do nosso encontro, tivemos a alegria de reviver profundamente aquele dia 12 de agosto de 1834, quando Paula e as seis jovens, após dar glórias a Deus no dia de Santa Clara pela fundação do Instituto, partilharam na simplicidade a focaccia, assumindo ali a tarefa de juntas comerem do mesmo pão colocando-se a serviço da vontade de Deus. Ao redor da mesa com as Irmãs Conselheiras, a nossa Diretora Geral, Irmã Albuquerque e as Diretoras Cristina e Zuleica, firmamos solenemente com os educadores novatos a sua acolhida na Família Doroteia. Iluminados pelo Coração de Jesus, recebemos das Irmãs a bênção de Paula e repartimos a focaccia e o nosso abraço caloroso.
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