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Educadores do Colégio Sata Dorotéia de BH refletem sobre a Maternidade Espiritual de Paula

publicado em 16.5.14
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Reunidos no dia 6 de maio para a experiência de mais uma etapa de formação permanente, os Educadores do Colégio Santa Dorotéia de Belo Horizonte puderam refletir sobre o Tema da Maternidade Espiritual de Paula Frassinetti. Para a realização de tal intento, a partir do livro Paula em Mosaico, dividimos a reflexão em quatro momentos:

I. Relação maternal no exercício da autoridade, na Congregação;
II. Sentimentos de ternura;
III. Atitudes concretas;
IV. Gestos significativos.

Foi uma noite de aprendizado e de síntese, uma vez que ao percorrermos estes quatro pontos da Maternidade Espiritual de nossa Madre Fundadora, pudemos fazer uma leitura interpretativa de nossa prática de educadores e evangelizadores de uma Escola Doroteia.

Para nos ajudar na reflexão sobre a Maternidade, contamos com a assessoria de nossa Professora e Coordenadora da Área de História, Soraya Tatiana que estabeleceu uma interpretação sobre a importância da maternidade diante dos valores da sociedade burguesa do século XIX, bem como das idealizações do Romantismo naquele contexto. Soraya nos inseriu na disponibilidade de Paula Frassinetti em ser mãe de seus irmãos órfãos, em tornar-se filha e aprendiz de Maria e, em governar o Instituto como Mãe: “...a todas amo com amor materno; todas estão gravadas no meu coração com caracteres indeléveis”. (Carta 867,3)

Para nos ajudar na compreensão da Ternura como marca distinta da Maternidade Espiritual de nossa Madre Fundadora, contamos com a assessoria da professora de Língua Portuguesa, Jane Teixeira. Jane nos convidou a contemplar a ternura de Paula a partir da tela “O Pai Misericordioso” do pintor holandês Rembrandt. Segundo a Professora, as mãos masculina e feminina do Pai que abraça, acolhe e perdoa o filho, podem nos ajudar a compreender a suavidade e a firmeza presentes na Maternidade e Ternura de Paula: “Oh, quanto desejaria poder meter-me nessa caixa e ir aí ver e abraçar as minhas caríssimas Irmãs no Senhor, as quais amo mais do que a mim mesma! (Carta 369,1). Assim, foi estabelecido um diálogo da Ternura de Paula com a ideia de sacramento proposta por Leonardo Boff e pelo jeito mineiro de Adélia Prado de se referir à Maternidade e à Ternura:

ENSINAMENTO
Adélia Prado

“Minha mãe achava estudo a coisa mais fina do mundo. Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão, ela falou comigo: "Coitado, até essa hora no serviço pesado".
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor. Essa palavra de luxo.”

A partir das contribuições do Psicanalista Donald Winnicot, a Coordenadora e Orientadora Educacional, Elizeth Silva nos levou a refletir sobre as atitudes concretas da Maternidade Espiritual de Paula Frassinetti.  Partindo da ideia de Winnicott de que a criança nasce indefesa, é um ser desintegrado, que percebe de maneira desorganizada os diferentes estímulos provenientes do exterior, mas também com uma tendência para o desenvolvimento, este cientista ressalta que a tarefa da mãe é oferecer um suporte adequado para que as condições inatas alcancem um desenvolvimento ótimo.  Por isso, a Maternidade de Paula possui como gestos concretos as atitudes de confiança, liberdade, segurança, visita, escuta, acompanhamento, estímulo, encorajamento, solicitude, assistência personalizada, caridade e serviço: “Proceda como a serva de todos, e a todas mostre grande amor e confiança.

Na reflexão sobre os Gestos Significativos da Maternidade Espiritual de Paula Frassinetti, contamos com as contribuições da Coordenadora da Unidade II, Marília Lima. Nesta partilha, foi feito um bonito paralelo entre os gestos mais significativos de maternidade e ternura vivenciados pela Madre Fundadora e os elementos e práticas evangelizadoras e educacionais, presentes no cotidiano e na realidade dos desafios do trabalho implementado na Unidade II. Trabalhando com aqueles que Paula definia como “rosto de Deus sem moldura”, há que se contemplar na Madre Fundadora a sua coragem de fazer-se mãe ainda jovem, de enfrentar a fúria do Polcevera em Rivarolo para estar com as suas filhas amadas, em acolher os “inimigos garibaldinos”, vigiar sozinha, por toda noite na varanda da casa naquela noite da agonia, enfrentar a neve das montanhas, viajar a secular para estar com as filhas em Portugal e ter um cuidado e afeto especial até com as plantas e animais. Pela via do coração e do amor, Paula nos ensina e nos desafia sempre a temperar a nossa práxis evangélico-educadora com os elementos de sua Maternidade Espiritual.

Ao final da Reunião, tivemos a oportunidade de apresentar para todos os educadores a Imagem da Madonetta e, em volta dela, depositamos por sua intercessão, nas mãos de Deus a nossa mãe, bem como o nosso propósito de assumir em nossa práxis as virtudes da Maternidade Espiritual de Paula Frassinetti.

 
 
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