Sintonizados com estas duas temáticas e com a memória e festa dos 180 anos de Fundação do Instituto, reunimo-nos no dia 12 de agosto para mais uma atividade da nossa escola para a formação permanente de leigos. Dividimos o nosso encontro em dois momentos: o primeiro realizado no Teatro, quando refletimos sobre o equilíbrio entre o bem particular e o bem comum em Paula e o segundo, na quadra, onde rezamos e bendizemos a Deus pela fundação do Instituto.
Descobrimos em Paula e em sua habilidade de harmonizar opostos, a preocupação fundamental em conciliar e equilibrar o bem particular e o bem comum. Era de seu feitio e acabou se tornando uma rotina no Instituto, a atenção particular a todas as Irmãs, bem como as questões que diziam da evangelização e trajetória da Pia Obra: “esteja bem atenta para que a caridade particular não prejudique a caridade universal, sendo esta mais importante do que a primeira, por contribuir para a maior glória de Deus.” (Constituições de 1851).
Estabelecemos um diálogo e sintonia entre as reflexões de Paula sobre o equilíbrio entre o bem particular e o bem comum com a Filosofia do Ocidente (em especial a ética e política em Aristóteles e a razão prática em Kant), bem como com as tradições africanas quando preconizam o tripé gerador da práxis do bem comum, a saber: a consciência de que somos terrenos, a nossa capacidade de criar vínculos e interconexões com as pessoas e o universo e a criação de ritos capazes de transformar o nosso cronos em kairós.
Encontramos ainda nas constituições de 1851 uma sintonia profunda com as orientações do Vaticano II no que se refere ao comprometimento da Igreja e daqueles que se ocupam da evangelização para com a práxis do bem comum. Na Gaudium Spes, podemos ler a seguinte definição de bem comum: conjunto das condições da vida social que permitem, tanto aos grupos como a cada membro, alcançar mais plena e facilmente a própria perfeição (GS 26).
No segundo momento do encontro, dirigimo-nos à quadra e fizemos memória festiva dos 180 anos do Instituto. Na oportunidade, celebramos com alegria os 55 anos de entrada no Instituto de nossa Diretora Geral Irmã Albuquerque e os 60 anos de entrada de nossa querida Irmã Elvira. A comunidade das Irmãs se fez presente e juntos reafirmamos diante de Deus a nossa pertença e consciência de que o nosso mundo é também este Instituto que nos acolhe e nos possibilita evangelizar pela educação. Rezamos, bendizemos a Deus e fizemos dos 180 anos do Instituto a oportunidade de olharmos para a nossa trajetória de educadores e evangelizadores numa óptica de 180º. Ao final da reunião, fomos abençoados pelas Irmãs e brindamos a vida, partilhando uma saborosa torta de morango sem perder, com isso, a sobriedade da focaccia, daquele caldo de carne e da água fresca, lauta refeição daquele 12 de agosto de 1834.
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