Na noite do dia 3 de junho, tivemos a oportunidade de nos reunir com a comunidade educativa do Colégio Santa Dorotéia de Belo Horizonte para mais um momento de estudo a partir da Programação da nossa Escola de Formação Permanente de Leigos.
Foi uma noite memorável em que reafirmamos a certeza de que o Frássino de Paula está verdadeiramente plantado na Igreja e comprometido com a centralidade de Jesus Cristo na vida da Congregação.
Ao refletirmos sobre a relação de Paula Frassinetti com o Coração de Jesus, descobrimos que a sua devoção esteve atrelada ao contexto da Igreja no século XIX. Assim, quando Pio IX (1846-1878), grande devoto do Sagrado Coração de Jesus, estendeu a Festa a toda a Igreja Universal, Paula reconheceu nesta iniciativa o fortalecimento e o resgate de uma Igreja extremamente contestada e criticada pelas ideologias burguesas daquele século. Neste mesmo século, o Papa confia a Dom Bosco a tarefa de angariar recursos para a construção, em Roma, de uma basílica em honra do Coração de Jesus. Na chamada Roma Nova, Paula Frassinetti abre uma escola e a nomeia Colégio do Sagrado Coração de Jesus.
Ao contemplar e rezar diante do quadro do Coração de Jesus que Paula manteve sempre em seu quarto, Paula ensinou às Irmãs e a todos nós que este coração é para cada um:
- Morada estável (Cartas 512,3; 536,5; 703,2)
- Abrigo seguro nas tempestades (Carta 515,10)
- Refúgio nas necessidades (Cartas 681,4; 709,6; 764,4)
- Escola de todas as virtudes (Cartas 536,5; 681,4; 727,4; 764,4)
- Mestre de preciosas lições (Carta 665,3)
- Conselheiro nas angústias (Cartas 512,3; 536,5)
- Formador dos corações (Cartas 616,8; 624,5; 693,5; 697,3; 738,3)
- Fonte de todos os bens e virtudes (Cartas 252,2; 521,7; 598,4; 665,2; 739,7)
- Fornalha de amor (Carta 703,3)
- Guardião das nossas casas (Carta 693,4).
Ao refletirmos com os educadores e equipe educacional sobre a relação de Paula e de seu Instituto com o Coração de Jesus, insistimos nos grupos de estudos sobre a necessidade de criarmos na Escola Doroteia um espírito de família e de unidade a fim de que sejamos verdadeiramente “um só coração e uma só alma no Coração Dulcíssimo de Jesus”.
Para a realização desta reflexão dividimos as Unidades I e II de nosso Colégio em Grupos de Trabalho. Os trabalhos foram coordenadores por educadores que previamente se debruçaram sobre as Cartas de Paula e o livro Paula em Mosaico a fim de conduzirem os seus grupos na reflexão. Cada grupo recebeu um envelope com a gravura do Coração de Jesus e nele, cada participante depositou uma prece, louvor, diálogo e compromisso a ser assumido a partir da intimidade com o Coração Dulcíssimo de Jesus. Estes envelopes farão parte de um mural exposto na sala dos professores pela Equipe de Formadores.
Ao final do nosso encontro, reunimo-nos no pátio da Unidade II, fizemos em espírito junino a “Oração do matuto” e, em seguida, fomos brindados com uma canjica saborosa! A alegria e a sensação de alimento espiritual foram a marca distinta da expressão facial de nossos educadores ao final desta noite de reflexão e estudo.
Fazendo nosso este trecho das Constituições de 1851, podemos afirmar:
“No Divino Coração aprenderão a amar-se umas às outras, como Jesus Cristo as amou, e realizarão em si mesmas o que recomendava o grande Apóstolo aos primeiros cristãos: Tende entre vós os mesmos sentimentos do Coração de Jesus. Desta maneira se cumprirá em todos os membros do Instituto aquela oração tão comovente que, na véspera da sua Paixão, Jesus Cristo dirigiu ao Eterno Pai, aludindo aos seus discípulos: Pai Santo, guarda em teu nome aqueles que Me deste para que sejam um, assim como Nós... Como Tu, ó Pai, estás em Mim e Eu em Ti..., para que sejam um como Nós somos um..., para que eles sejam perfeitos na unidade. Seja, portanto, esta a divisa dos membros do Instituto: Cor unum et anima una in Corde Iesu (Const. 1851,429).
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