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Paula Frassinetti: mulher da Alegria e a Evangelii Gaudim do Papa Francisco

publicado em 9.9.14
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A formação permanente de leigos educadores neste mês emblemático de setembro, quando celebramos a Palavra de Deus e a entrada da primavera, foi realizada pela comunidade educativa do Colégio Santa Dorotéia de Belo Horizonte no dia 2 do corrente mês. Foi uma noite de partilha, reflexão, estudo e de reafirmarmos o nosso comprometimento com a alegria.

No “Paula em Mosaico”, descobrimos uma Paula comprometida com Alegria nas perseguições, nos sofrimentos, na cruz de cada dia, no serviço do Senhor, Alegria como terapia, como clima e ambiente propício ao desabrochar e amadurecer de uma vida dilatada e feliz.

Com o Papa Francisco, descobrimos que a Alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele e são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria.

Segundo a exortação apostólica de Francisco, o grande risco do mundo atual, com sua múltipla e avassaladora oferta de consumo, é uma tristeza individualista que brota do coração comodista e mesquinho, da busca desordenada de prazeres superficiais, da consciência isolada. Quando a vida interior se fecha nos próprios interesses, deixa de haver espaço para os outros, já não entram os pobres, já não se ouve a voz de Deus, já não se goza da doce alegria do seu amor, nem fervilha o entusiasmo de fazer o bem. Este é um risco, certo e permanente, que correm também os crentes (e os Educadores). Muitos caem nele, transformando-se em pessoas ressentidas, queixosas, sem vida. Esta não é a escolha duma vida digna e plena, este não é o desígnio que Deus tem para nós, esta não é a vida no Espírito que jorra do coração de Cristo ressuscitado.

Na carta 606, a Madre Fundadora fala do risco de que a casa de Santo Onofre seja invadida a qualquer momento pelos soldados naquela conturbada disputada pela Unificação Italiana. Contudo, imbuída e inundada pela Alegria do Evangelho, Paula exorta as irmãs da seguinte maneira: “Ah, minha caríssima Irmã, que tempos de geral tribulação são estes!... Também nós agora estamos sem confessores!... Se visse que luto vai em toda a Roma!... Nós estamos na lista, mas ainda não vimos ninguém: deixar-nos-ão para o fim? Entretanto, vamo-nos preparando com o abandono em Deus, persuadidas de que o verdadeiro tesouro, que por misericórdia de Deus possuímos, não no-lo podem tirar, e isto faz-nos estar alegres e tranquilas, esperando a ordem que Deus nos mandar por meio dos nossos patrões.” (Carta 606, 4 e 5). Manter alegria nas perseguições e na cruz é uma experiência endógena, marcada pela ascese e pelo cultivo de uma fé inabalável e de profundo abandono nas mãos de Deus e de Sua vontade.

Em sua reflexão sobre a Alegria e sua solidez no evangelho e na Centralidade de Jesus Cristo, o Papa nos convida a renovarmos hoje mesmo o nosso encontro pessoal com Jesus Cristo ou, pelo menos, a tomar a decisão de se deixar encontrar por Ele, de O procurar dia a dia sem cessar. Não há motivo para alguém poder pensar que este convite não lhe diz respeito, já que "da alegria trazida pelo Senhor ninguém é excluído". Quem arrisca, o Senhor não o desilude; e, quando alguém dá um pequeno passo em direção a Jesus, descobre que Ele já aguardava de braços abertos a sua chegada. Este é o momento para dizer a Jesus Cristo: "Senhor, deixei-me enganar, de mil maneiras fugi do vosso amor, mas aqui estou novamente para renovar a minha aliança convosco. Preciso de Vós. Resgatai-me de novo, Senhor; aceitai-me mais uma vez nos Vossos braços redentores". Como nos faz bem voltar para Ele, quando nos perdemos! Insisto uma vez mais: Deus nunca Se cansa de perdoar, somos nós que nos cansamos de pedir a Sua misericórdia. Aquele que nos convidou a perdoar "setenta vezes sete" (Mateus 18,22) dá-nos o exemplo: Ele perdoa setenta vezes sete. Volta uma vez e outra a carregar-nos nos Seus ombros. Ninguém nos pode tirar a dignidade que este amor infinito e inabalável nos confere. Ele permite-nos levantar a cabeça e recomeçar, com uma ternura que nunca nos defrauda e sempre nos pode restituir a alegria. Não fujamos da ressurreição de Jesus; nunca nos demos por mortos, suceda o que suceder. Que nada possa mais do que a sua vida que nos impele para diante!

Segundo o Papa, há cristãos (Educadores) que parecem ter escolhido viver uma Quaresma sem Páscoa. Contudo, para o Sumo Pontífice, a alegria não se vive da mesma maneira em todas as etapas e circunstâncias da vida, por vezes muito duras. Adapta-se e transforma-se, mas sempre permanece pelo menos como um feixe de luz (facho ardente) que nasce da certeza pessoal de, não obstante o contrário, sermos infinitamente amados. O Papa deixa bem claro que compreende as pessoas que se vergam à tristeza por causa das graves dificuldades que têm de suportar, mas aos poucos é preciso permitir que a alegria da fé comece a despertar, como uma secreta mas firme confiança, mesmo no meio das piores angústias: "A paz foi desterrada da minha alma, já nem sei o que é a felicidade (…). Isto, porém, guardo no meu coração; por isso, mantenho a esperança. É que a misericórdia do Senhor não acaba, não se esgota a Sua compaixão. Cada manhã ela se renova; é grande a tua fidelidade. (...) Bom é esperar em silêncio a salvação do Senhor" (Lamentações 3,17.21-23.26).

A nossa comunidade educativa foi dividida em grupos de trabalho e reflexão, cada grupo enfocando um dos aspectos da Alegria de Paula Frassinetti e todos os grupos procurando a correspondência entre as nuances de Paula Frassinetti e a exortação apostólica do Papa Francisco. Em um segundo momento, reunimo-nos por segmentos e, mediados pelos formadores locais, fizemos uma partilha do que foi mais significativo e encerramos a noite de estudos com um momento profundo de oração reafirmando o nosso compromisso de manter viva nossa sintonia com a Alegria (Boa Notícia) do Evangelho em nossa prática educativa e evangelizadora.




 

 

 
 
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