Conduzidos pelos educadores das disciplinas de Educação Física, Ciências e Biologia, com a assessoria dos formadores, a Comunidade Educativa do Colégio Santa Dorotéia de Belo Horizonte teve a oportunidade de, no dia 12/07, fazer uma reflexão sobre a atenção de Paula para com a saúde e a qualidade de vida. Na semana que antecedeu à formação, as duas áreas foram surpreendendo a casa com algumas intervenções simples, mas que tinham o objetivo de alterar a rotina dos espaços por onde passamos todos os dias. Assim, a Sala dos Professores foi decorada com flores, mural, e mensagens foram colocadas nas mesas com reflexões sobre saúde, qualidade de vida e recadinhos de Santa Paula. Em outro momento, o grupo foi recebido com um Recreio Musical; os escaninhos também foram ornados com frases de Paula e alguns mimos.
Organizamos a Reunião em dois momentos. No primeiro momento, estabelecemos uma reflexão e diálogo sobre as concepções de Paula Frassinetti acerca da saúde e da atividade física e os autores contemporâneos e definições da Organização Mundial de Saúde.
Fomos surpreendidos, mais uma vez, com Paula ao perceber que, no século XIX, a medicina experimental estava reduzida ao diagnóstico e tratamento físico dos órgãos adoecidos. Tratava-se da chamada Medicina da Doença. A nossa surpresa foi perceber em Paula uma visão ampliada do conceito de saúde e de doença. Paula, naquela época, aliava o humor (as emoções) e a postura que assumimos na vida à saúde, doença e qualidade de vida. Exímia conhecedora do poder curativo das plantas, Paula, em suas cartas, orientava as Irmãs quanto ao uso de chás, ervas curativas, depurativos, emplastos e outros. O curioso é que a Madre Fundadora também recomendava às doentes (e também às saudáveis) o ar puro, a tranquilidade, a moderação, o justo meio, o bom humor, o lazer, a espontaneidade como caminho primoroso na manutenção da qualidade de vida. Estes elementos só vão fazer parte das concepções contemporâneas de saúde, a partir da segunda metade do Século XX, segundo dados da Organização Mundial de Saúde.
Em um século marcado pela preocupação em fornecer mão de obra para a indústria (como foi o século de Paula), a concepção de Educação Física era extremamente voltada para as questões da resistência física e a capacidade de suportar o trabalho pesado. Naquela época, Paula também nos surpreende com a sua convicção de que a atividade física deve estar voltada para a manutenção da saúde e da qualidade de vida. A equipe de Educação Física teve o cuidado e a sensibilidade de fazer um paralelo entre trechos das Cartas de Paulaque se referem ao valor da atividade física (caminhadas, recreios, ar livre, formas de se extravasar os maus sentimentos) com cientistas do século XX que se encarregaram de fazer da Educação Física uma área dedicada à saúde.
No segundo momento, em grupos, vivenciamos três experiências preparadas pelas áreas de Educação Física e Biologia:
- Oficina de Exercício Corporal: reunidos na quadra sob a assessoria da área de EducaçãoFísica, os educadores puderam entender o quanto Paula estava certa quando recomendava nos recreios e atividades ao ar livre o contato com o corpo, a espontaneidade, o bom humor como sinais de uma vida plena.
- Oficina do Chá: na Sala dos Professores, a equipe de Biologia nos serviu chás com propriedades medicinais, baseados nas orientações de Paula em seu conhecimento do poder curativo das ervas. A equipe fez opção pelos chás depurativos do sangue, as ervas que acalmam e aliviam o estresse.
- Oficina de Meditação: conduzidos por um professor de Ciências, passamos por profundo recolhimento e silêncio. Trata-se de uma ferramenta muito simples que pode ser utilizada no cotidiano, fazendo da vida uma possibilidade de busca de equilíbrio e aperfeiçoamento interior.
Ao encerrarmos a formação, voltamos para nossas casas com a certeza de que com poucas coisas, podemos alterar a nossa rotina, cuidar da nossa saúde, da nossa alegria e, assim, realizarmos com mais leveza e disposição aquilo que Deus dispõe para cada um.
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