No sábado, 18 de fevereiro de 2017, quando a Igreja nos propõe na Liturgia a narrativa da Transfiguração de Jesus no Monte Tabor (Mc 9, 2-13), tivemos a oportunidade de vivenciar com os Educadores Novatos a Segunda Etapa da Formação Permanente de Leigos. Assim, à Sombra do Frassino, tivemos a oportunidade de, como os discípulos no alto do Tabor, conhecer a Espiritualidade de Paula e das Irmãs Doroteias.
Iniciamos os trabalhos nos colocando na presença de Deus e, inspirados pelo desejo de Zaqueu de ver Jesus que passava por Jericó, descobrimos que a Congregação das Irmãs de Santa Doroteia (o Frassino) quer ser, para cada educador, uma figueira que nos possibilita ver e ser vistos por Jesus. A partilha da Espiritualidade Doroteana com os leigos habilita-nos para receber, em nossa vida e em nossa casa, este mesmo Jesus que decidiu que iria ficar na casa de Zaqueu.
Ao estudar com o grupo as categorias mitológicas, botânicas e farmacoterapêuticas do frassino, percebemos o quanto a escolha do nome imprime caráter nas pessoas. O frassino compõe a mitologia sobre a origem da vida, a expulsão da violência, do veneno e da morte. Paula foi uma mulher que escolheu a Escola do Mestre para promover a vida em abundância e repudiar as situações de injustiça, veneno e morte. O frassino é vigoroso, firme e flexível. Ideal para a produção do esqui, resistente para o mastro das embarcações à vela, com grande adaptabilidade no torno e muito eficaz para produção de móveis. Paula é firme, irascível e suave. Possui uma extrema habilidade para colocar-se em movimento e a serviço. Sua vida foi marcada pela itinerância e capacidade de reinventar-se a cada novo desafio. Do frassino, podemos fazer vários remédios. Ele é refrescante, diurético, reduz o ácido úrico e regulariza o funcionamento dos rins, evitando a formação de cálculos. De sua seiva, obtém-se o maná, muito eficaz para a primeira infância e a terceira idade. Paula fez-se toda para todos. Ela nos ensina que a caridade não nos faz empobrecer.
Assim como o frassino pode chegar aos 40 metros de altura, a Congregação fundada por Paula também cresceu e se colocou a serviço de todos, trabalhando na simplicidade, tendo em Jesus Cristo o seu centro e na vontade de Deus a sua bússola. Ao finalizar estas reflexões sobre o frassino, visitamos o que está plantado em nossa Escola e depositamos nele o nosso desejo de fazer jus a este carisma e espiritualidade que nos são oferecidos como herança em favor de muitos.
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O outro momento da formação foi marcado pela contextualização da espiritualidade para o nosso tempo. O ser humano é feito de corpo (matéria), alma (pensamento) e espírito (sonho, projeto). Estes três elementos precisam funcionar como um continuum, isto é, um equilíbrio rítmico, em que a pessoa investe no cuidado destas três dimensões. A espiritualidade nos aponta o cultivo do sonho e a sensibilidade para o despertar da intuição (insight).
Vimos que, de base Inaciana, com influência da Moral e da Mariologia de Santo Afonso de Ligório, a Espiritualidade de Paula se faz no cotidiano da vida ordinária. Tendo Jesus Cristo e a vontade de Deus como mola propulsora da vida de espiritualidade, há que se desenvolver um modo de ver, relacionar-se e agir, a partir de uma experiência pessoal (intimidade) e comunitária (Vida de Igreja) de vivência da fé.
Organizamos os participantes em grupos de estudo e reflexão para visitar o Documento de Espiritualidade e fazer uma partilha dos elementos mais significativos da espiritualidade de Paula e da Congregação.
No encerramento, fizemos memória da Fundação da Congregação e, na partilha da focaccia pelo caminho, fomos abençoados por Irmã Albuquerque com ambas as mãos, assim como ensinou Paula Frassinetti.
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