Nos dias 7 e 9 de outubro, tivemos a oportunidade de mais um encontro com os funcionários administrativos e de base de nossa escola para a formação continuada no Carisma.
Iniciamos a formação com a contextualização do Capítulo Geral XXI e de suas linhas orientadoras, bem como o significado do Ano Mariano para a nossa caminhada de cristãos e evangelizadores em uma obra educativa doroteana. Após esta introdução, realizamos a formação em três momentos:
1. Dar vida até o fim: para refletir sobre esta exortação capitular que nos conclama a dar vida naquilo que somos, temos, fazemos e desejamos, distribuímos para cada participante um balão e um palito de dentes. De posse destes dois objetos, o grupo foi orientado a permanecer com o balão intacto até o final da dinâmica. Em seguida, seguiu-se uma movimentação dos participantes que partiram para a explosão do balão dos colegas. Ao final, tínhamos um espaço repleto de fragmentos de balões e alguns poucos participantes, sentindo-se vitoriosos, por terem conseguido preservar os seus balões até o fim. Neste momento, abrimos uma reflexão para que as pessoas partilhassem como foi vivenciar aquela experiência. Para a surpresa de todos, ninguém precisaria ter destruído o balão do colega para ter o seu preservado. Fizemos uma reflexão sobre a necessidade de nos refazermos nesta tarefa individual e comunitária de dar vida até o fim. De olhos fechados e em atitude de oração e cultivo da espiritualidade, cada participante pôde fazer um exame de consciência por todas as vezes em que nos confundimos na dinâmica da vida e acabamos sendo sinais de morte e de sofrimento uns para com os outros.
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2. Escolher estar e caminhar no meio do Povo: nesta exortação, refletimos sobre a nossa capacidade de viver em grupo e produzir relações de paz e de fraternidade. Vimos que viver em Paz é ter a certeza de que podemos e devemos evitar o conflito, a guerra, a intriga e a rivalidade. Para além disso, construir fraternidade é aliar as categorias da Paz ao sentimento de que somos irmãos uns dos outros, porque somos Filhos e Filhas do mesmo Pai. Para a vivência deste momento, formamos duplas entre os participantes e convidamos todos para fazer a experiência da cegueira e da condução de uma pessoa que não enxerga. Todos os participantes tiveram a oportunidade de vivenciar as duas experiências. Na partilha posterior à dinâmica, o grupo salientou a amplitude da experiência de cegueira e escuridão que nos acomete a todos nos desafios da vida ordinária. Quando não temos como enxergar, precisamos que alguém nos empreste os seus olhos e, para isso, precisamos trabalhar a confiança, a reciprocidade, a misericórdia, a caridade, a alteridade, a compaixão e a vida de fraternidade. A insegurança, a discórdia, a fofoca, a maledicência, a calúnia, a inveja, o egoísmo são alguns dos elementos que nos impedem de viver em fraternidade e de estar e caminhar no meio do povo. Ao fechar os nossos olhos e nos voltar para Deus em atitude de oração e cultivo espiritual, fizemos memória de nossos momentos de escuridão, solidão, abandono e cegueira. Reconhecemos neste momento aquelas pessoas e situações que se nos foram apresentadas e nos tiraram das trevas que nos aniquilavam e nos impediam de sermos luz. Rezamos pelos momentos em que conseguimos ser guias e luz para alguém em algum contexto ou situação concreta. Depositamos no colo de Deus o nosso desejo de ser cada vez mais sensíveis à dor e à escuridão do outro e a estar mais disponíveis para caminhar ao seu lado.
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3. Passar do dentro ao fora, da segurança à precariedade, do grande ao pequeno, da ação à compaixão: o terceiro momento de nossa formação foi marcado por uma reflexão sobre este apelo da exortação capitular. Precisamos ser uma escola e Igreja em saída. Precisamos cultivar cada vez mais a abertura e a nossa flexibilidade diante daquilo que nos desafia e nos convida à reinvenção do que somos, do que fazemos e escolhemos. Para o entendimento da exortação capitular, cada pessoa recebeu uma folha A4 com a impressão de um semáforo. Na cor vermelha, deveria escrever sobre o que ela não achou substancial na formação proposta pela Escola de Leigos e, que por isso, deveria ser alterado para os próximos encontros. Na cor amarela, cada participante pôde dizer daquilo que é significativo, mas que demanda uma atenção metodológica para que atinja ainda mais o seu objetivo. E, finalmente na cor verde, cada um pôde elencar aquilo que vem ocorrendo na Escola de Leigos e que devemos continuar porque nos acrescenta e nos faz crescer. Este momento foi também marcado pela oração do Salmo 138 e, a partir dele, um exercício orante de autoavaliação de cada participante sobre o seu envolvimento nestas propostas de trabalho e formação no Carisma.
Para a finalização deste dia de formação, colocamo-nos diante de um singelo altar, onde figurava a Imagem de Nossa Senhora Aparecida, adornada com fitas abençoadas em Aparecida do Norte, quando da peregrinação dos formadores em abril de 2017. Em um porta-joias dourado, preparado para cada participante, havia um “tesouro” na forma de uma máxima extraída do Epistolário de Paula Frassinetti e um terço para coroar este momento de formação. Rezamos com Maria e, abençoados, voltamos para a nossa casa com o desafio da práxis do que este encontro provocou em cada um de nós.
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