Sintonizados com a caminhada das Escolas Doroteias da Região Sul da Província Brasileira, tivemos a oportunidade de, no sábado, dia 20 de maio, vivenciarmos o V REVIgoramento Espiritual à beira do Poço. Reunimo-nos nas dependências do Colégio Santa Dorotéia de Belo Horizonte e fomos convidados a refletir sobre a obra “Coração no Coração: Jesus Cristo na vida e nos Escritos de Paula Frassinetti”, da Irmã Lucília Maria Valença de Freitas.
Iniciamos o REVI convidando cada educador a colocar o seu coração no Coração de Jesus. Sabemos que na hagiografia dos santos, Paula é tida como a santa do dia a dia. Ela viveu os problemas cotidianos da sua família, Congregação e da Igreja do seu tempo. Sua simplicidade é encantadora. Sua coragem alicerça-se em sua fidelidade irrestrita à Vontade de Deus. E o seu grande amor, a sua paixão avassaladora, aquilo que fez dilatar todo o seu coração foi, sem dúvida a Pessoa de Jesus. O coração de Paula no Coração de Jesus tornou-se um afeto que perpassa todas as fibras do seu ser orante. Paula é uma mulher que Ama. O seu amor à Pessoa de Jesus pode ser compreendido em três dimensões:
1. o amor que descobre a Vontade de Deus;
2. o amor que se identifica na pessoa e humanidade de Jesus Cristo;
3. o amor que unifica e a faz fundar a Congregação para o amor das pessoas.
Após a oração do Coração no Coração, organizamos os educadores em três grupos para uma vivência à luz da Espiritualidade Cristocêntrica de Paula Frassinetti. Cada grupo pôde passar por espaços diferentes, a saber: o Presépio, o Calvário e a Ressurreição. Em todos os espaços, a pessoa de Jesus se encontra no centro e, ao seu lado, como Mãe, discípula e apoiadora resplandece a figura e presença forte de Maria, a Mãe de Deus e de todos os viventes.
Na experiência do Presépio, cada educador pôde descobrir os elementos constitutivos do verdadeiro espírito de família tão necessário na vivência do nosso carisma na Escola Doroteia. O nascimento de Jesus é como a luz que brilhou no caminho do Povo de Deus que vivia numa grande escuridão. Paula identifica na Encarnação de Jesus a personificação do Amor e torna este sentimento a maior ação ou revelação de Deus aos homens. É pelo amor que fazemos a experiência profunda de Deus. Cada educador é então chamado a ser esta luz no meio de todos. O educador é chamado a dar de sua luz para que o outro veja e faça a experiência profunda do amor de Deus. O silêncio de Maria na Gruta de Belém nos conclama à simplicidade e disponibilidade para a Vontade de Deus.
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No Calvário, vivenciamos a experiência da Redenção. O que era vergonha para os judeus e loucura para os pagãos, tornou-se agora o escudo de nossa redenção. A cruz nossa de cada dia. A cruz de nossa redenção, o caminho primoroso para aqueles que procuram a libertação e a transfiguração de todas as situações de Morte em Vida Nova. A Mãe de Jesus também estava lá. De pé, ela acolhe a todos os homens e mulheres, filhos do Pai Celeste e irmãos de seu Filho Amado e Crucificado.
Na experiência do Ressuscitado, Jesus se apresenta como Santíssimo Sacramento do Altar. Ele é o nosso alimento. Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Ele é o centro de nossa vida e escolhas. A Ele, entregamos a nossa Missão e desejo de sermos Dele e somente Dele no serviço de todos.
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Após a realização de um lanche coletivo, partimos para mais uma experiência de Revigoramento Espiritual. Reunidos no teatro, vimos que Paula Frassinetti não só fez uma experiência profunda de amor a Jesus Cristo, mas fez deste afeto a força para dedicar-se ao serviço e cuidado dos outros. Ao fundar o seu pequeno Instituto, grande foi o seu esmero em delinear os princípios que garantiriam a centralidade de Jesus Cristo em sua obra. Para conhecermos um pouco mais de seu esforço, retiramos das Constituições de 1851 aqueles artigos que tratam exclusivamente da organização da Escola e formação dos estudantes em uma Escola Doroteia. Organizados, mais uma vez em seis grupos de trabalho, os educadores fizeram uma leitura destes artigos, descobrindo neles a sua atualidade, bem como o espírito evangelizador que deve existir e persistir na Escola Doroteia. Na partilha dos estudos, grande foi o nosso contentamento ao nos vermos retratados nas palavras da Madre Fundadora.
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Na celebração final, rezamos a amizade em suas dimensões de intimidade, encontro e companhia, bem como as linhas orientadoras do Capítulo Geral XXI e nos comprometemos com a tarefa de tornar a ternura do rosto de Deus presente e visível para cada um de nós e para aqueles que convivem conosco. Diante de uma mesa repleta de símbolos, cada pessoa pôde escolher algo que representasse o que aquele momento de REVI tinha significado para a sua vida e presença nesta escola e missão. Abençoados por Irmã Albuquerque com a bênção de Paula, retornamos à nossa casa mais conscientes de nosso compromisso e pertença a este Carisma. É como se ouvíssemos de Paula:
“Reze e peça que rezem... para que o Senhor se digne dar-nos ouvido apurado, inteligência clara e vontade dócil, a fim de que possamos secundar inteiramente a divina vontade.” (Paula Frassinetti, Carta 467,3)
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