Reunimo-nos no dia 7 de novembro de 2017 para mais uma experiência de formação da nossa Escola de Leigos. Para este mês de novembro, dedicamo-nos ao entendimento da Espiritualidade do Educador, tendo como referência o Documento de Espiritualidade das Irmãs Doroteias e as reflexões de Antônio Botana, fsc com o texto “Espiritualidade do Educador – O olhar de um coração iluminado”.
Para a vivência deste dia, organizamos a nossa Comunidade Educativa em cinco grupos de trabalho, com uma média de 40 pessoas em cada grupo sob a condução da Equipe de Formadores e de alguns participantes do nosso último REVI, realizado no mês de outubro. Nos grupos, iniciamos com um momento orante, iluminados pelo Evangelho de Marcos (13, 33-37). Fomos exortados à vigilância, ponto fundamental de toda a pregação do Advento:
“Cuidado! Ficai atentos, porque não sabeis quando chegará o momento. É como um homem que, ao partir para o estrangeiro, deixou sua casa sob a responsabilidade de seus empregados, distribuindo a cada um a sua tarefa. E mandou o porteiro ficar vigiando. Vigiai portanto, porque não sabeis quando o dono da casa vem: à tarde, à meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer. Para que não suceda que, vindo de repente, eles vos encontre dormindo. O que vos digo, digo a todos: vigiai!” (Mc 13, 33-37)
O segundo momento iniciou-se com a narrativa de um conto oriental sobre um príncipe que convidou três amigos (um escultor, um cientista e um professor) para contemplar o lago existente em seu palácio e relatar para ele, o que cada um via naquele cenário:
“O escultor antes de responder deu uma volta no lago, admirando o varandim de mármore belamente esculpido. E respondeu: "Gosto do lago, porque o varandim está muito bem talhado". O cientista (biólogo) observou o varandim, mas centrou o olhar no interior do lago: a água, os nenúfares, que se abriam à superficie, os peixinhos coloridos que nadavam entre as algas, os insetos que flutuavam. Sondou a vida no fundo...e respondeu: - "O melhor do lago é a vida a bulir nas suas águas". O professor, como os anteriores: observou o varandim, as águas e respondeu: -"O varandim é belo. Mas a vida pujante do lago, é sem dúvida o melhor. Porém, o que mais me impressiona é a luz". – "A luz?" – estranhou o príncipe. "Sim! – respondeu o professor. Observa esses jogos de luzes e sombras a realçar os relevos do varandim: a luz faz o teu lago diferente, de manhã, ao meio-dia e ao entardecer. Observa os raios de sol que se filtram até o fundo do lago: tudo fica claro ao seu contato. O mais importante é que a vida do lago cresce e transforma-se, graças à luz. Amanhã será diferente de hoje; é imprevisível o que cada dia encontrarás nele, porque a luz acrescenta à vida o mistério".
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Com este conto, Antônio Botana desenvolve as características fundamentais do educador e sua espiritualidade do olhar. O educador que cultiva espiritualidade acerta na profundidade e amplitude do seu olhar. É o olhar da fé que contempla a luz atuando na pessoa do educando. Na Espiritualidade Doroteana, este olhar se confunde com o olhar da pessoa de Jesus de Nazaré, centro de nossa fé e de nossa proposta educativa.
Cada educador recebeu o texto sobre a Espiritualidade do Olhar e, através da leitura silenciosa e da partilha de impressões, revigoramos a nossa consciência de mediadores na relação dos nossos estudantes com Deus. O nosso Deus é protagonista e criador de todos e de todas as coisas. Ele está presente na história e sua atuação se dá através das pessoas que se achegam e se abrem para Ele.
O terceiro e último momento de nossa formação foi a realização de um Rito Celebrativo, tendo como símbolo a esperança a ser acesa em cada semana do Advento até que o Natal se torne uma boa notícia em nosso meio!
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