Colégio Santa Dorotéia BH - No dia 13 de agosto de 2019, reunimo-nos para celebrar os 185 anos de fundação da nossa Congregação. Iniciamos a noite refletindo sobre a diferença lusitana entre ser Saudoso e Saudosista. Vimos que ser Saudosista é nocivo e nos impede de viver as surpresas e desafios do presente. Por medo do agora, o Saudosista deseja ser o senhor do tempo, petrificando-o e mantendo-o inalterável. O Saudoso, por sua vez, voa, vai e volta, traz e devolve, revive como se estivesse vivendo pela primeira vez. O Saudoso tem o poder de, ao se lembrar e recordar, inventar tudo de novo. E fazer com que o agora se torne vivo como o passado. Ao passo que o Saudosista quer dar vida ao passado recusando o agora.
Como saudosos educadores doroteanos, revisitamos aquele 12 de agosto de 1834. Acompanhamos Paula com as suas amigas ainda muito cedo, ao alvorecer, até à Igreja de Santa Clara. Em seguida, vimo-las invocando o Espírito Santo no altarzinho improvisado da casita, na simplicidade da mesa e da partilha da focaccia, bem como na austera condição daquela casa onde passaram a viver as Irmãs de Santa Fé em santa alegria e singela pobreza.
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Para nos reinventar após 185 anos de caminhada, revisitamos as Constituições de 1851 e estabelecemos uma interlocução com os desafios da lida educativa dentro de uma Escola Doroteia no século XXI. Vimos que naquelas Regras produzidas por Paula Frassinetti, havia o zelo no cuidado das pequenas coisas do cotidiano. Quando pensava nas Irmãs Mestras (hoje, nós Educadores), Paula ressaltava as qualidades imprescindíveis de um educador evangelizador: excelência, humanidade, mística, bom senso, discrição, prática testemunhal, afetividade, saúde, presença, cuidado da rotina, imparcialidade... Quando contemplava o espaço físico da escola, a sala de aula, o clima institucional, Paula vislumbrava a harmonia, o asseio, a limpeza, o cuidado e a preservação do Patrimônio, o silêncio, o ambiente saudável, necessário para a formação integral da pessoa. Ao dedicar-se aos Estudantes na Constituição, Paula os reconhece como o centro da Missão Educativa e Evangelizadora. Eles necessitam ser acolhidos, cuidados, acompanhados e formados nos valores do Evangelho.
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Após este mergulho nas Constituições de 1851, rendemos graças a Deus por esta obra tão grandiosa que nos acolhe e confia a cada um de nós o compromisso de manter vivo este facho ardente evangelizador. No encerramento de nossa celebração presenteamos as duas Comunidades Religiosas existentes em Belo Horizonte com um bonsai de jabuticaba, contextualizando o Frássino de Paula e das Irmãs Doroteias plantado em Belo Horizonte, desde a chegada das primeiras Irmãs na década de 60!
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