A Formação Permanente de Leigos deste mês de outubro foi, para a Comunidade Educativa de Belo Horizonte, a oportunidade de fazer um mergulho no capítulo do “Paula em Mosaico”, da Ir. Diana Barbosa, sobre o Pouco, o Pequeno e o Possível.
Iniciamos a Formação com uma travessia proposta pela Equipe de Educadores da Educação Infantil, que nos convidou para uma volta à nossa infância e para a percepção das marcas que os nossos primeiros educadores e a escola deixaram em cada um de nós, hoje educadores.
Para o aprofundamento do capítulo do Paula em Mosaico, fizemos o encontro do pensamento de Paula Frassinetti com as ideias de Santo Agostinho (Século IV) e de Paul Ricoeur sobre o tempo.
Na hagiografia dos santos, Paula Frassinetti é tida como a santa do cotidiano, pois fez de sua vida ordinária uma existência extraordinária. Grande foi o seu esforço para não apequenar no tempo a sua passagem pela vida. Desde muito cedo, ela compreendeu a importância da fidelidade à vontade de Deus para a realização de sua missão e plenificação de sua existência humana no mundo.
Santo Agostinho considera o tempo uma das qualidades da subjetividade humana. Cabe a cada pessoa o cultivo da memória (passado), da atenção (presente) e da esperança (futuro), como substrato para o sentido do que seja viver e existir. Paul Ricoeur retoma Agostinho no século XX e alarga a sua compreensão do tempo para além da subjetividade, aproximando a consciência do passado, do presente e do futuro da nossa condição de sermos históricos e cidadãos em um mundo que carece de nossa intervenção libertadora.
Paula Frassinetti consegue ser, para o educador de uma Escola Doroteia, uma referência genuína de cultivo da alma agostiniana e da consciência histórica de Ricoeur. Por meio do Pouco, do Pequeno e do Possível, podemos aprender com a Madre Fundadora as virtudes do discernimento, do ordenamento de nossas afeições, do equilíbrio do bem comum e do bem particular, da consciência histórica e da opção pelos mais pobres e vulneráveis.
|