A ternura e a empatia marcaram duas manhãs de formação da Semana de Estudos do Colégio Anjo da Guarda, sob a assessoria do Prof. Jean Sidcley Teixeira, nos dias 19 e 20 de janeiro de 2022. Apresentando Jesus, Paula Frassinetti e o Papa Francisco como referências para uma verdadeira “Revolução da Ternura”, o Prof. Jean apresentou de modo especial uma interlocução deles com a obra “Humanidade: uma história otimista do homem”, de Rutger Bregman (Editora Crítica).
“Educação Evangelizadora e Revolução da Ternura numa Escola Doroteia”: este foi o tema da reflexão da quarta-feira, 19 de janeiro. Nesta ocasião, a oração inicial da manhã contou com uma prece especial pelas intenções do Capítulo Geral XXII, uma vez que naquela mesma manhã chegava-nos a comunicação das Irmãs Doroteias anunciando a realização do Capítulo de 03 a 20 de março:
“Nós, Irmãs Doroteias da Frassinetti, realizaremos o nosso Capítulo Geral XXII nos dias 03 a 20 de março de 2022. Por isso, vimos pedir a todos os que nos conhecem uma oração especial para que, à semelhança dos Reis Magos, possamos também nós regressar por outro caminho de maior conversão e fidelidade ao Amor do Senhor que nos chamou não só a segui-lO como a identificarmo-nos com Ele através do Seu estilo de vida: livre, pobre e humilde” – dizia o comunicado.
Além dessa intenção especialíssima, toda a comunidade rendeu graças pela vida da Irmã Cecília Francischini, que celebrou seu aniversário natalício nesta ocasião.
Durante sua exposição, o Prof. Jean provocou a todos para que a “página da pandemia fosse virada” e que pudessem “fazer as pazes com a ternura, comprometendo-nos com a empatia.” Suas colocações encontram eco na pedagogia de Jesus e de Paula, pela via do coração e do amor, e no magistério do Papa Francisco, que, ultimamente, tem nos convocado à Revolução da Ternura. Para tanto, “é necessário temperar nosso cotidiano com boas notícias”, dizia o Professor. Lembrou ainda que “só pode ser evangelizador numa Escola Doroteia quem é comprometido com boas notícias, pois alegria e boas notícias eram uma constante nas mais de 800 cartas de Paula Frassinetti.”
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Na manhã do dia 20, quinta-feira, a tônica da reflexão foi dada pela “empatia pela via do coração e do amor.” Motivados pelo assessor, alguns trabalhos bordados por membros da comunidade foram apresentados ao grupo para que pudessem ver “pelo direito e pelo avesso.” A reflexão do bordado seguiu-se com uma interlocução entre os contemporâneos Paula Frassinetti, santa e educadora, e Arthur Schopenhauer, filósofo alemão. Este escreveu: “(...) podemos comparar a vida a um bordado que no começo da vida vemos, pelo lado direito e, no final, pelo avesso. O avesso não é tão belo, mas é mais instrutivo, pois permite reconhecer a trama dos fios”.
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Sem ter lido e conhecido e Schopenhauer, a educadora Paula Frassinetti também comparou a vida a um bordado, escrevendo assim: “A vida é como um lindo bordado que se está a fazer, do qual só vemos o avesso. Todos aqueles fios que se entrelaçam confusamente não nos deixam ver a beleza do desenho; mas Deus vê o direito, e harmoniza, admiravelmente todas as cores, e desse modo o que nos parece, muitas vezes, uma confusão, forma, pelo contrário, um trabalho de Paraíso.”
Ao final da sua apresentação, o Professor Jean recordou que “a diferença entre Schopenhauer e Paula Frassinetti é que o filósofo representa o Pessimismo Contemporâneo, é o precursor da Filosofia Existencialista do século XX, onde o mundo é um absurdo e a existência é uma angústia sem fim... Enquanto Paula Frassinetti cultivava uma fé viva e contava com a presença e ação de Deus em todas as dimensões complexas do existir... Deus nos habilita para a compreensão e harmonização do que parece confuso e pesado demais!” Com essas brilhantes interlocuções, todos os educadores foram convocados a fazer de 2022 “um ano bem bordado.”
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