“Mas como invocarão Aquele em quem não creram. E como podem crer se ainda não ouviram. E como podem ouvir, se não houver quem pregue. E como pregarão, se não forem enviados.”
Com espírito missionário e atitude de discípulos itinerantes, reunimo-nos em Jundiaí, do dia 12 ao dia 15 de outubro para o IV Encontro de Formadores. A nossa meta era o aprofundamento da experiência do discipulado, tendo nos Atos dos Apóstolos e na fidelidade de Paula Frassinetti à Vontade de Deus as nossas principais referências.
Foi um tempo primoroso, marcado pela contemplação da dimensão cristocêntrica da espiritualidade de Paula. No seu vínculo profundo com o Cristo Crucificado e Redentor de todos, Paula não se esquivou da tarefa de fazer-se toda para todos... Ao percorrermos a biografia de nossa fundadora, podemos reconhecer nela uma discípula e imitadora de Cristo. Paula foi a mulher da acolhida e, por isso, nos ensina a fazer a vontade de Deus no cotidiano de nossas casas, seja cuidando dos doentes, no meio dos estudantes, junto aos colaboradores, reconhecendo o valor de cada pessoa, alegrando-se com as flores e as frutas colhidas no quintal. Enfim, tudo em Paula é permeado pela imitação de sua maior pérola: a VONTADE DE DEUS...
Com a experiência dos primeiros apóstolos na fundação de uma Igreja doméstica, marcada pela simplicidade, pobreza e partilha de vida e de dons, rememoramos a “Casita de Quinto”, a pobreza e a austeridade do início da história do Instituto fundado generosamente por Paula Frassinetti. Ao refletirmos sobre o martírio de Estêvão e a dispersão dos primeiros cristãos, reforçamos o nosso entendimento de que o Carisma só se plenifica quando se espalha para além de suas origens. Assim, de Jerusalém para Roma... De Quinto para Gênova... De Gênova para Roma... De Roma para o Brasil... Portugal... De Paula para o mundo...
Sabendo sempre que o nosso Frássino está plantado na Igreja, dedicamo-nos ao estudo e compreensão do discipulado a partir do Documento de Aparecida. Este estudo sintonizou-nos com o grande desafio de tornar práxis aquelas prerrogativas já sonhadas no Vaticano II, sobretudo no quesito Igreja “Povo de Deus”, marcha de discípulos que, generosamente fazem de suas vida um testemunho do Deus Vivo, Ressuscitado e Libertador. Reconhecemos no Papa Francisco o protagonista de uma Igreja alicerçada no compromisso do Leigo com a tarefa da Evangelização. O Papa Francisco, com o seu testemunho, vem ensinar à Igreja Hierárquica o despojamento do Principado e da Realeza e o compromisso com o ofício de Pastor que conhece e ama profundamente cada uma de suas ovelhas. Para os cristãos leigos do mundo inteiro, o Papa vem nos inundar com a alegria e a esperança libertadora de que é possível implementar no aqui e no agora de nossa história a Boa Nova do Reino de Deus.
Ao sairmos deste encontro e voltarmos para nossas casas, pudemos dizer como Paula:
No Divino Coração aprenderão a amar-se umas às outras, como Jesus Cristo as amou, e realizarão em si mesmas o que recomendava o grande Apóstolo aos primeiros cristãos: Tende entre vós os mesmos sentimentos do Coração de Jesus. Desta maneira se cumprirá em todos os membros do Instituto aquela oração tão comovente que, na véspera da sua Paixão, Jesus Cristo dirigiu ao Eterno Pai, aludindo aos seus discípulos: Pai Santo, guarda em teu nome aqueles que Me deste para que sejam um, assim como Nós... Como Tu, ó Pai, estás em Mim e Eu em Ti..., para que sejam um como Nós somos um..., para que eles sejam perfeitos na unidade. Seja, portanto, esta a divisa dos membros do Instituto: Cor unum et anima una in Corde Iesu. (Const. 1851,429).
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